Minha singela visão sobre como nos identificamos com esses dois universos
Calma, antes de pular para outro texto achando que este vai
ser mais um que vai comparar os prós e os contras das editoras e no final vai
dar um veredito sobre qual é o melhor, senta aí um pouquinho e tira o dedo do
avançar página e coloca ele na rolagem.
Antes de tudo deixa só eu explicar que sou, sim, inclinado a
gostar mais da Marvel, entretanto meu herói preferido ainda é da DC. Em meus gostos
pessoais acredito que há mais histórias boas sob o manto da Marvel, entretanto as
melhores se encontram no catálogo da DC Comics.
Por fim, e mais importante, esse texto mostra apenas a minha opinião, e opinião cada um tem a sua igual ao... deixa quieto.
Por fim, e mais importante, esse texto mostra apenas a minha opinião, e opinião cada um tem a sua igual ao... deixa quieto.
Só mais uma coisa antes de começar. Não sou adepto a leitura
através de scans, ou imagens de internet, embora já tenha feito e ainda faço em
alguns casos (deer... não sou santo), então muita coisa que vou comentar aqui é
com base no que saiu e está saindo em bancas. Logo, você vai me ver comentando
sobre Guerras Secretas e não Guerra Civil II, ou sobre os Novos Deuses e não
Rebirth.
Deixando as devidas explicações de lado, bora para o tema.
Resolvi escrever este texto para mostrar um pouco das minhas
impressões pessoais sobre como as editoras estão se aproximando (ou não), dos
seus leitores. Dou destaque à aproximação que a Marvel tem em relação aos
leitores. Ao que me parece, a Marvel está tentando se aproximar mais do seu
público, enquanto a DC está fazendo histórias mais fantasiosas. E isso não é de
hoje.
Vamos à alguns exemplos:
Em Homem-Aranha, sempre vimos um garoto que era criado pelos
tios e sofria bullying na escola devido a suas notas e sua aparência. Sempre
era frustrado por gostar da garota mais bela, embora esta não lhe dê atenção
por ser namorada do maioral do time de futebol. Tudo bem que a história é
clichê, mas na época em que foi escrita (devemos lembrar que a personagem é de
1962) ela era o máximo dos quadrinhos. Mas isso é passado. O que temos hoje (antes
de Guerras Secretas), é um Peter Parker formado, uma das melhores mentes do
país, tendo que, finalmente, encarar a vida adulta, gerenciar uma empresa sem
perder sua essência como Peter Parker e Homem Aranha. Você aí jovem, que está
comprando seus quadrinhos e começando a ajudar a pagar as contas em casa, se identifica
com o alguma coisa?
Falei do meu favorito da Marvel, agora vai o meu favorito da
DC. Nãnãnãnãnãnãnãnãnã Batman (ah vá). Em que podemos nos identificar com o
Batman. O cara é exagero em tudo. Sua vida se baseia em se disfarçar de Bruce
Wayne durante o dia e gerenciar uma empresa que não vai falir nunca, mesmo que
ele queira, sair com as modelos mais bonitas que os desenhistas conseguem
desenhar e dar uma de boa pinta. Enquanto a noite coloca sua roupa preta e
mostra como somos inúteis para qualquer coisa comparada a ele – exímio lutador,
exímio detetive, melhores equipamentos, mente super aguçada. Não vamos ser
injustos, ele assim como Peter não tem os pais, e carrega um peso no coração,
mas mesmo assim, em que podemos nos comparar a Batman?
Esses foram os dois mais conhecidos, embora exista mais
alguns exemplos rápidos.
Na Marvel, representando o público feminino adolescente,
temos Kamala Khan a nem tão nova Miss Marvel e inumana. Vários fatores chamam a
atenção nela. Ela é uma adolescente que quebra o padrão estético com seus
traços paquistaneses que vive em Nova Jersey (oh, não é Nova York). Mulçumana (difícil
ver religião em quadrinhos, ainda mais mulçumana). Uma fã-girl, como se
tivessem pegado uma fã, direto do mundo real e colocado nos quadrinhos. Mas o
que chama mais atenção em Kamala é o fato dela ainda ter que levar uma vida
adolescente bem fundada na atualidade do mundo real.
Ainda no público feminino temos a toda poderosa Thor. Jane
Foster consegue se a deusa do trovão com o martelo na cintura, enquanto, nas
horas vagas, luta contra um câncer de mama como uma humana comum. Interessante
dessa personagem é que ela poderia tratar o câncer dela com magia em Asgard,
mas preferiu enfrentar como uma humana usando a ciência, talvez uma mensagem de
que devemos encarar nossos problemas e não ficar esperando fórmulas mágicas.
No público feminino da DC, eu vejo um destaque em duas personagens.
Mulher Maravilha é a primeira. Apesar de não acompanhar as histórias dela - assim
como não acompanho a da Miss Marvel e da Thor, apenas sei um pouco da história
e o que uma leitora que acompanha me conta em nossas conversas – sei que Diana
é a principal representante feminina, fazendo parte da trindade e mostrando a
força da mulher nos quadrinhos. Acho que falta alguém na Marvel tão expressivo
quanto a MM é na DC, sendo a terceira personagem mais influente nos quadrinhos.
Mas o ponto aqui é: em que ela se aproxima das leitoras? Respeito o fato dela
se impor numa sociedade machista, mostrando sua força. Mas ela é uma semideusa
(ou deusa, não sei), então fica bem mais fácil.
A outra personagem feminina com destaque é a Arlequina.
Personagem muito interessante e a que mais se aproxima em certos pontos. Ela
acaba de se livrar de uma relação abusiva com o palhaço do crime. Ganha um
prédio para administrar, enquanto tem que manter dois empregos. Ela carrega
seus traumas como todo mundo e em algumas histórias até tenta dar uma de
heroína. Ela é uma personagem que seria muito profunda se não fosse o lado
lúdico com que ela resolve seus problemas o que impede a empatia dos leitores e
leitoras. Você não lê suas histórias porque você se identifica com ela, mas sim
por ser uma história legal de se ler.
Há vários outros exemplos sobre como a Marvel está mais
preocupada em se aproxima mais com o público – Luke Cage e Pantera Negra, com
os negros tanto nos EUA quanto na África, Hulking e Wicanno representando o
relacionamento homossexual – enquanto a DC se concentra em histórias mais
fantasiosas – Superman novo morrendo, Superman antigo voltando, a Liga da Justiça
virando o panteão de deuses. Por isso acredito que atualmente as histórias da
Marvel estão convencendo mais por se preocupar mais com quem está lendo que enquanto
as histórias da DC estão se preocupando mais com a história em si.
Novamente devo frisar que esta é só minha opinião referente
ao tema de aproximação da editora com o público em suas histórias. Não quer
dizer que uma é melhor do que a outra, pois embora neste texto quem sai
ganhando é a Marvel, quem está vendendo mais quadrinhos disparado no EUA é a DC.
Ambas editoras lançam histórias sensacionais e como leitor tento aproveitar o
melhor de cada uma.
Esta foi minha opinião. A sua é bem-vinda.
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